Tenho pensado sobre isso desde que li um artigo do arquiteto e jornalista Gabriel Kogan que falava sobre os mitos desta crise. Lá no artigo dizia que os grandes consumidores (indústrias ou grandes estabelecimentos, por exemplo) e a perda de água por falta de manutenção do sistema representam os maiores gastos.
Estima-se que as perdas estejam entre 30% e 40%. Ou seja, essa quantidade vaza na tubulação antes de atingir os consumidores. É água tratada e perdida. Por outro lado, na Holanda, essas perdas são virtualmente 0% devido a um sistema de água e esgoto de excelência.
Os índices elevados em São Paulo não são normais e são resultados de décadas de maximização de lucros da Sabesp ao custo de uma manutenção precária da rede, afinal, a empresa é gerida para maximizar lucros dos acionistas.
Devo lembrar que em uma reunião da cúpula da Sabesp em 2014, a presidente da empresa, Dilma Pena, afirmou que uma "orientação superior" impediu a empresa de alertar a população de São Paulo sobre a necessidade de economizar água. Isso é uma clara indicação de que a empresa tem o "rabo preso", provavelmente com o acionista majoritário da Sabesp, que é o Governo de São Paulo (PSDB), que tem o poder de indicar a maior parte dos integrantes do conselho de administração da companhia.