domingo, 30 de setembro de 2012

Controladoria ambiental

Estive pensando sobre como inserir a questão ambiental e sustentável em uma empresa... Inicia-se com questões simples tais como separar e reduzir os resíduos. Como? Fazendo com que cada funcionário tenha seu próprio copo para reduzir o consumo de copos plásticos, separar papel do resto dos lixos para reciclá-lo. Claro que é uma postura sustentável e reeduca os funcionários de forma que estes repassem para seus amigos e familiares, formando assim uma cadeia sustentável. Mas como poderíamos ser mais ecoeficientes em uma organização? Como proceder com ações que tenham maiores impactos positivos na sustentabilidade e reduções significativas de prejuízos ambientais?

Bem, a resposta é também simples, porém mais complexa de se implantar. Além de inserir a sustentabilidade ambiental e social na missão, visão e valores da entidade, também deverá adotar estratégias ambientais que combinem com os objetivos da empresa. As estratégias são maneiras de alinhar a atividade empresarial com as demandas e necessidades ambientais alcançando o desempenho esperado e ainda reduzindo custos. Podem ser novas estratégias a aquisição de tecnologias limpas, a adoção de produtos que adotem a logística reversa e análise do ciclo de vida dos produtos visando a eficiência produtiva. Após definir estratégias, é necessário estudá-las antes de pô-las em prática. Isso demanda análise detalhada dos recursos e previsão dos resultados. Depois da aprovação, deverá passar para a fase seguinte de execução das estratégias. Essa etapa não é fácil, pois além de demandar a aplicação de recursos da empresas, também é necessária uma mudança na cultura organizacional, inserindo o preparo e a conscientização ambiental junto aos colaboradores da instituição.


Após executá-las, a estratégias ambientais deverão ser analisadas para verificar como está sendo realizado o seu desempenho e se está de acordo com os objetivos proposto alinhados à missão, vissão e valores. Além de considerar as necessidades internas no que se refere a desempenho ecoeficiente e mensuração dessa performance, também deverá atrelar essas informações às demandas de usuários externos, incluindo além de princípios contábeis, societários e fiscais, os indicadores de sustentabilidade tais como os desenvolvidos GRI (Global Reporting Iniciative) e abordado nos relatórios de sustentabilidade das empresas brasileiras de grande porte. Isso significa gerar informações que dêem um feedback para auxiliar no controle e tomada de decisão dos gestores. Essas etapas formam um processo cíclico, no qual a empresa estará sempre atualizando essas estratégias por meio das informações de desempenho geradas e efetuando ajustes quando for necessário.

domingo, 16 de setembro de 2012

Abordagem ambiental nos cursos de ensino superior



A questão ambiental já se encontra institucionalizada em muitos contextos atuais. Desta forma, discute-se sobre a sua abordagem entre vários estratos sociais e políticas públicas e privadas. Questiona-se por exemplo, sobre a inserção da educação ambiental no ensino fundamental, tendo em vista que a conscientização ambiental deve ser observada desde a fase de crescimento e desenvolvimento do ser humano, para que um dia este seja um adulto consciente dos impactos ambientais de suas ações e decisões.

Sendo assim, observa-se que essa abordagem não se limita somente à educação básica, mas também está muito focada na aplicação no ensino superior, considerando que o profissional também deve saber gerenciar seu campo de trabalho buscando dirimir possíveis impactos gerados ao meio ambiente. Quando falamos de incluir a questão ambiental nas grades curriculares dos cursos de graduação, é fácil visualizarmos sua inserção em áreas profissionais mais propícias a terem essa influência com o meio ambiente como por exemplo nas engenharias, que estão diretamente relacionadas com o uso de recursos materiais e construção pesada.

Todavia, quando tratamos de empresas, precisamos considerar a contribuição de outras áreas também. De que adianta um empresa ter recursos financeiros e tecnológicos se não utiliza isso alinhado com o desenvolvimento sustentável? Surge então a figura dos profissionais que trabalham em um patamar mais estratégico que envolve administradores, contadores, controllers, advogados e economistas, incluídos nas ciências sociais aplicadas. Desta forma, o processo decisório depende de analisar fatores internos e externos à empresa, construindo uma análise de oportunidades e ameaças que circundam a atividade empresarial.

Temos como exemplo de oportunidade a possibilidade de redução da geração de resíduos e o reaproveitamento dos mesmos, o que ajuda a reduzir os custos e até gerar novas fontes de receitas. Como ameaças, temos a pressão social por uma responsabilidade ambiental mais ativa das empresas. Ou seja, aquelas companhias que não acompanham o desenvolvimento sustentável tendem a ser boicotadas por consumidores e a comunidade em geral. Para isso, a empresa deverá também desenvolver fontes de informações ambientais que possam auxiliar no processo decisório e na evidenciação de sua gestão ambiental. Ao considerar por exemplo as particularidades ambientais na contabilidade patrimonial, um gestor tem uma informação sobre as possíveis ineficiências dos processos produtivos e poderá tomar decisões mais eficazes na administração sem desconsiderar o envolvimento de questões ambientais.

Para isso, os profissionais têm que estar capacitados a desenvolverem em suas competências a aplicabilidade ambiental, devendo esta matéria ser considerada também nos cursos de educação superior, proporcionando aos profissionais a preparação suficiente para atuarem em uma gestão empresarial sustentável, buscando alcançar a ecoeficiência, ou seja, alinhando o desempenho econômico-financeiro e ambiental.