Não há dúvidas de que todas as instituições têm de alguma forma uma relação com os aspectos ambientais, sejam como poluidoras ou como defensoras do meio ambiente, e isto demanda uma necessidade de gerar informações sobre esses reflexos. Ao pensar sobre os usuários externos das informações dessas entidades, nos deparamos com relatórios de demonstrações financeiras que são apresentados com base em dados contábeis e não contábeis: eis que surge a contabilidade ambiental.
Os profissionais de contabilidade de forma geral aprendem por meio da aplicação de pronunciamentos contábeis sobre todos os procedimentos e formas de apurar os reflexos contábeis de todos os fatos e atos que atuam sobre a empresa. No entanto, tais legislações não compreendem nada especificamente sobre o meio ambiente, e muitas vezes são informações importantes que são deixadas de lado.
Uma contabilidade ambiental eficiente deve abranger reflexos contábeis gerados por meio da medição de danos ambientais causados pela entidade, a estimação de impacto da adoção de práticas voltadas para sustentabilidade, passivos gerados pela aplicação de legislações ambientais e recuperação do meio ambiente, investimentos em métodos e procedimentos para redução e gerenciamento de resíduos, [...]. Tais informações podem ser alocadas nos grandes grupos contábeis tal como exemplos expostos na figura a seguir:
(Clique na figura para ampliar)
Além disso, é necessário adaptar o plano de contas usado na contabilidade para que seja possível evidenciar separadamente os reflexos ambientais na contabilidade, principalmente nos centro de custos que envolve práticas de gerenciamento de resíduos e gestão do ciclo de vida dos produtos que necessitariam de rateio dos custos e receitas para observar o resultado ambiental de tais investimentos.
Apesar das legislações contábeis não abordarem a prática ambiental e sustentável, observamos a existência de uma norma técnica do Conselho Federal de Contabilidade que estabelece procedimentos para evidenciação de informações de natureza ambiental e social que tem como objetivo demonstrar à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade (NBC T 15). Por outro lado, o queremos defender nesse post não é somente a divulgação de informações por meio de notas explicativas, mas principalmente o reflexo contábil dessas relações com o meio ambiente nas demonstrações contábeis da entidade.
Desta forma, temos que adaptar as normas contábeis existentes à aplicação prática e ao reconhecimento contábil das ações que refletem na natureza ambiental das operações empresariais. Nesse sentido, temos que adaptar a contabilidade aos novos desafios da atualidade fazendo com que esta reflita em uma informação relevante e fidedigna e ao mesmo tempo possa transparecer às necessidades dos usuários internos e externos quanto à comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade.