quarta-feira, 30 de maio de 2012

Pesquisa: Porque as empresas realizam práticas gerenciais ambientais?

Indagamos algumas vezes os motivos os quais as empresas realizam práticas voltadas a sustentabilidade, e muitas vezes pensamos que o grande interesse é melhorar sua imagem perante a sociedade, pois se parte da premissa de que consumidores mais conscientes tenderão a escolher empresas que sejam social e ambientalmente mais responsáveis.



Considerando que o nosso foco é a sustentabilidade voltada para a gestão do meio ambiente, saímos da nossa inquietude para questionar as empresas sobre as razões que as fazem realizar práticas gerenciais ambientais. Tomamos como práticas gerenciais ambientais aquelas que podem proteger ou recuperar o meio ambiente, bem como fazer com que a empresa atinja um desempenho ambiental favorável. A seguir, são apresentados os resultados dessa pesquisa aplicada em 32 empresas de médio e grande porte situadas no município de Belo Horizonte-MG:


Os resultados da pesquisa identificam que a obrigatoriedade imposta pela legislação ambiental (79%) é um grande direcionador para realização de práticas gerenciais ambientais, no entanto, não é o único motivo, pois a maioria das empresas da amostra (62,5%) optou por pelo menos três justificativas para realizar tais ações ambientais. No entanto, 50% das empresas também indicaram que realizam tais práticas gerenciais ambientais para obtenção ou manutenção de certificação de Sistema de Gestão Ambiental (leia-se ISO 14001), ou seja, para atender uma demanda normativa.

Verifica-se também que melhorar a relação com a comunidade é um fator importante para as empresas, o que justifica também que um dos motivos que as empresas fazem a divulgação de suas práticas ambientais é para o desenvolvimento da imagem corporativa. Por outro lado, questiona-se se essas ações ecológicas usadas como forma de melhorar a imagem da empresa com o público podem realmente contribuir com a sustentabilidade.


Além disso, outros motivos também foram citados, mesmo que por uma proporção menor de empresas. Nesse sentido, se destaca ainda o interesse em atender as demandas informacionais de consumidores e clientes, reforçando a premissa inicial de que essa preocupação ambiental corporativa pode se justificar pela vontade de mostrar responsabilidade ambiental àqueles potenciais consumidores que levam em consideração a preocupação e as ações em favor do meio ambiente. Baseado nisto, ficamos com a seguinte dúvida: será que as ações ambientais divulgadas pelas empresas são realmente eficientes ou apenas dão a aparência de ambientalmente sustentáveis?

domingo, 27 de maio de 2012

O crescimento econômico brasileiro insustentável


O Brasil está vivenciando uma etapa de crescimento econômico em que os países emergentes estão guiando a economia mundial, já que o continente europeu por exemplo, passa por uma fase de recessão. Assim como o saudoso Kubitschek, nossa presidente Dilma e o seu Governo vêm abraçando esse crescimento econômico e tomando medidas para alavancá-lo, tais como a redução das taxas de juros e do IPI (imposto sobre produtos industrializados). Por outro lado, ao analisar bem esse desenvolvimento econômico em que o consumo está sendo altamente estimulado, surge o seguinte questionamento: será que o atual crescimento econômico brasileiro vai contra o conceito de desenvolvimento sustentável?

Analisemos por exemplo a redução do IPI para carros e eletrodomésticos. As pessoas estão experimentando um consumismo desenfreado ao comprarem produtos que nem sempre são de sua necessidade, só mesmo pela vontade de trocar o usado (que não é velho) por um novo! Além da redução do IPI, temos uma redução das taxas de juros e aumento dos prazos de pagamento, facilitando o boom imobiliário também. Novos carros, fogões, geladeiras, máquinas de lavar... até onde iremos parar? Desta forma, encontramos a economia aquecida, porém todos estão devendo (muito) e a ainda assim a inadimplência das famílias aumentou! 


Por outro lado temos cidades que não têm estrutura para manter um trânsito organizado e cada vez mais carros zeros estão sendo inseridos neste contexto, poluindo o meio ambiente e deixando uma situação insustentável. Para tentar reduzir o caos, estão sendo realizados projetos de infra-estrutura principalmente e unicamente para atender a demanda da Copa do Mundo de 2014, e para isso, exemplificamos a cidade de Porto Alegre, a qual planeja cortar 175 árvores em uma só microrregião da cidade para poder ampliar as suas ruas. 

Por fim, precisamos nos situar e perceber que estamos entrando em um caminho sem volta. Se o desenvolvimento sustentável implica em satisfazer as necessidade da geral atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazerem suas próprias necessidades, temos que primeiramente refletir sobre o que vem a ser uma necessidade, visto que a sociedade está consumindo sem nem fazer essa reflexão. Em segundo lugar, observamos um ambiente insustentável em um contexto de consumismo acelerado, não havendo a possibilidade de afirmar que isto não compromete as gerações futuras. Portanto, devo reconhecer que as propostas atuais do Governo tendem a iludir o cidadão, pois sabemos que as maiores prioridades no Brasil deveriam ser sempre a saúde, educação, transporte e segurança, pois sem a obtenção desses elementos, vivemos (ou não vivemos) bem pior do que se tivéssemos um carro zero por exemplo.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa: Uma boa desculpa para lucrar de forma sustentável

Será que as pessoas levam em consideração a sustentabilidade das empresas quando vão investir no mercado de ações? Na prática isso não é uma variável examinada, pois busca-se na realidade aquelas empresas que sejam mais rentáveis, para que isso possa refletir no valor das ações gerando ganhos para o investidor. Para isso, o Índice Bovespa (Ibovespa) é um forte indicador econômico, visto que as ações que compõem esta carteira movimentam mais de 80% do número de negócios e volume financeiro verificados na Bovespa.



No entanto, não é somente o lucro da empresa que vai impactar no preço da ação no mercado, mas principalmente as ações que envolvem esta empresa, sejam estas de natureza financeira, política, social ou ambiental. Vejamos por exemplo a Natura (cosméticos), que obtém bons resultados no preço de sua ação desde seu lançamento no mercado e isso é justificado principalmente devido aos seus conceitos de governança corporativa e a responsabilidade com o meio ambiente. A empresa de origem brasileira tem como uma de suas políticas internas a não realização de testes em animais e assume uma postura ambientalmente responsável, gerenciando suas atividades de maneira a identificar os impactos sobre o meio ambiente, buscando minimizar aqueles que são negativos e amplificar os positivos.


Desta forma, para captar as ações de empresas sócio e ambientalmente responsáveis, foi criada uma carteira teórica por meio do Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa (ISE), envolvendo empresas reconhecidas pela sua preocupação com a sociedade e o meio ambiente. O índice busca criar um ambiente de investimento compatível com as demandas do desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea e estimular a responsabilidade ética das corporações. Destacam-se inclusive empresas com grande potencial de impacto ambiental, tais como as companhias pertencentes ao setor de siderurgia, metalurgia e energia elétrica, que, por outro lado, estão comprometidas em reduzir este impacto e reinvestir em outros projetos socioambientais.


A grande limitação deste índice é que a maioria das pessoas que investe no mercados de ações só tem um objetivo: lucrar!! Portanto, investem em uma empresa aparentemente rentável em detrimento de outra empresa pertencente ao ISE que poderia contribuir muito mais com a sociedade e ser igualmente rentável. No final das contas, percebemos que o discurso nem sempre condiz com a realidade, e em certas horas, abrimos mão daquilo que acreditamos para nos beneficiar de algo. Para a nossa sorte, muitas empresas que estão no ISE também estão no Ibovespa, além do mais, a carteira teórica do ISE vem se valorizando desde sua criação em 2005, gerando boas expectativas àqueles que desejam investir e lucrar sem peso na consciência!

terça-feira, 22 de maio de 2012

A moda é verde, mas é realmente sustentável?


Já perceberam que alguns famosos que são conhecidos por se preocuparem com o meio ambiente? O Paul McCartney por exemplo, faz campanhas sobre vegetarianismo, e lançou no Reino Unido a campanha “Meat Free Monday” (“Segunda-feira sem carne”, em português), em que sugere que as pessoas não comam carne ao menos uma vez por semana. Moby, que também é vegetariano e ligado ao PETA, é tão preocupado com o meio ambiente que já chegou a limitar sua turnê para reduzir os impactos ambientais. Apesar da turnê “360º” ter sido pouco sustentável no que se refere aos impactos ambientais, o U2 se destaca por ser responsável pela grife Edun (“Nude” ao contrário – “nu” em inglês), uma linha considerada ecologicamente correta, por ser confeccionada com 61% de material orgânico e estampas de lugares da África. Mas será que os músicos também aderem à moda ecológica?


É comum encontrar blusas verdes, com símbolos de reciclagem, sustentabilidade, árvores e outras imagens que se relacionem com meio ambiente, no entanto, esse fato isolado não torna aquela roupa realmente sustentável. Às vezes parece até modismo ou falso moralismo usar roupas que se relacionem com o meio ambiente, por forçar uma imagem não condizente com a realidade, mas existe uma justificativa válida por trás disso: a indústria têxtil está entre as quatro que mais consomem recursos naturais, como água e combustíveis fósseis, de acordo com o Environmental Protection Agency (EPA), órgão americano que monitora a emissão de poluentes no mundo. Para reduzir esse problema, foram criadas marcas de roupas com tecidos orgânicos, garrafas PET e corantes inofensivos para proteger o meio ambiente. Essas grifes começaram a fazer sucesso diante desta onda ambientalista, no entanto, por enquanto, é preciso mais do que consciência ambiental para optar pela moda ecológica. Devido à baixa escala de produção e à pouca oferta de matéria-prima, boa parte desses produtos tem um preço nada atraente.


Apesar dos benefícios da moda sustentável, nem sempre as roupas feitas com fibras alternativas podem ser consideradas ecológicas. Portanto, é importante avaliar se o processo de produção implicou em derrubada de florestas ou exploração da mão-de-obra infantil, por exemplo. Para isso, tem-se que informar sobre a empresa fabricante e verificar se não se trata apenas da "onda ecológica", na qual o produto não corresponde à expectativa sustentável do consumidor. Algumas roupas vêm acompanhadas de selos de certificação que auxiliam na hora da compra, como por exemplo a IBD (Inspeções e Certificações Agropecuárias e Alimentícias) que certifica produtos de limpeza, cosméticos, alimentos e algodão orgânico.



segunda-feira, 21 de maio de 2012

Todo verde é sustentável?


A questão da sustentabilidade se encontra em todos os lugares e atividades que se realiza. Hoje fui almoçar no Subway e percebi que o embalagem do guardanapo não é mais de plástico, e sim de um tipo de papel mais fácil de ser reciclado e que não utiliza petróleo na sua fabricação, ou seja, gasta menos energia. A Unilever também mudou o formato das embalagens de seus produtos reduzindo drasticamente o consumo de papel. Outro dia vi uma propaganda do iogurte Danoninho educando crianças e adultos sobre a importância de se plantar árvores. O iogurte vem com sementes surpresas para realizar as plantações e uma chamada para plantar árvores virtuais que ajudam a reflorestar a Mata Atlântica. Constantemente encontramos em empresas e locais públicos latões de lixo por tipo de resíduos (metal, papel, plástico, vidro) incentivando as pessoas sobre a coleta seletiva. Ou seja, os consumidores estão identificando aquelas empresas que buscam de alguma forma ajuda o meio ambiente, seja reduzindo o impacto ambiental, seja recuperando o prejuízo ambiental ou promovendo a educação ambiental na sociedade.

Por outro lado, me deparei com um outdoor que buscava alertar as pessoas sobre a “verdade” das sacolas biodegradáveis: ele informava que o preço era abusivo (essa parte já suspeitava) e que nem sempre são biodegradáveis (essa parte fiquei surpresa e decepcionada). Será que ao mesmo tempo que estão promovendo sua imagem como sustentáveis também podem estar nos enganando?? Se isso for identificado como verdade em algum caso, pode acabar com todo o progresso feito para a conscientização ambiental na sociedade. A lógica é igual a uma prova de concurso da CESPE/UnB, ou seja, uma questão errada anula duas certas.

O que se deve fazer em situações como essa? Muitas vezes as pessoas não sabem o poder que tem as pressões sociais sobre as instituições públicas e privadas. Portanto, os consumidores devem acompanhar as empresas que costumam comprar algum tipo de produto ou serviço para evitar que sejam enganados. Hoje vi no centro de Belo Horizonte uma manifestação contra o novo código florestal. O mais famoso jargão “Veta Dilma” certamente irá fazer jus à sua denominação, assim como o “Veta Lacerda” evitou o aumento do salário dos vereadores de Belo Horizonte, um exemplo de cidadania que deveria ser seguido em todos as esferas do poder público!

Pra finalizar, deixo mais uma inquietude a ser repensada: “não basta dizer que é verde, tem que provar a veracidade da informação, senão, eu teria que aceitar que os extraterrestres também são sustentáveis!” (rsrs...)



sábado, 19 de maio de 2012

Ideias Sustentáveis: realmente aplicáveis e aplicadas?


A sustentabilidade ambiental é um conceito muito discutido e compartilhado nos dias atuais, no entanto, às vezes parece que não passa de opiniões e teorias... Será que essas pessoas que tanto pregam essa corrente também são as mesmas que aplicam na prática? Hoje em dia é muito relacionada com a questão da reutilização de copinhos, a substituição das sacolas plásticas pelas biodegradáveis e o uso de materiais recicláveis, mas será que todas aquelas pessoas que defendem tais práticas também as aplicam?

Existe a variável financeira que pode muitas vezes influenciar essa prática, ou seja, ser sustentável pode acarretar um ônus extra para aquelas pessoas mais conscientes das ameaças ao meio ambiente. Por exemplo, produtos mais sustentáveis podem ser mais caros, reciclagem é um processo também oneroso e até para usar sacolas biodegradáveis esse valor é repassado ao consumidor final, o que não ocorria com as sacolas comuns. Ao final de todos esses custos e processos, essa diferença pode ser significativa para algumas pessoas, o que pode acabar comprometendo todo o sentido da sustentabilidade se não puderem ser aplicadas as práticas.

Por outro lado, são realizados diversos concursos com o intuito de incentivar o desenvolvimento de novas ideias sustentáveis e multiplicá-las, sejam aquelas mais complexas ou até aquelas mais simples, que podem ser praticadas na própria residência. Buscando evidenciar ideias curiosas e outras facilmente aplicáveis, foram relacionadas algumas práticas sustentáveis:

1. Hotel oferece de graça refeições para quem estiver disposto a gerar eletricidade:
O Crown Plaza Hotel, em Copenhague, Dinamarca , oferece uma chance para quem quer fazer uma boa refeição sem deixar de cuidar do planeta. O hotel disponibiliza bicicletas ligadas a um gerador de eletricidade para os hóspedes voluntários, os quais deverão produzir pelo menos 10 Watts/hora de eletricidade em aproximadamente 15 minutos de pedalada para um adulto saudável. Após o exercício, o hóspede recebe um generoso vale-refeição: 26 euros.

2. A água desperdiçada na pia é utilizada para regar plantas
Uma ideia simples que reaproveita a água desperdiçada  para regar as plantas, além de deixar o ambiente bem mais agradável

3. Uso de garrafas pet como vasos ecológicos

 4. Reabastecimento de carros elétricos em Portugal 
Será criada uma rede de reabastecimento com 1,3 mil estações de carregamento normais, distribuídas em shoppings centers, estacionamentos, postos de combustível e hotéis, além de outras 50 estações de carregamento rápido.

5. Telhas ecológicas
As telhas ecológicas  são excelentes isolantes térmicas e são formadas a partir de uma massa composta por fibras de plantas, contendo uma substância mineral natural denominada betume asfáltico. Cada telha é composta por cerca de 1,6 kg de papelão e é um ótimo abafador sonoro, além de muito flexível e de grande leveza.

Considerando as ideias sustentáveis citadas, questiona-se a real aplicabilidade destas práticas. Algumas aparentam muito distantes e outras desnecessárias para algumas pessoas. No entanto, o ideal é que essas pessoas mudem seus hábitos de consumo, passando a usufruir somente as mercadorias realmente necessárias para o dia-a-dia, reduzindo a geração de lixo e passando a realizar a coleta seletiva para a reciclagem de materiais desperdiçados. Por outro lado, as ideias sustentáveis necessitam ser divulgadas e utilizadas entre as pessoas, uma vez que se conhece tais produtos ou serviços, mas não se sabe como adquiri-los. Nesse sentido, retoma-se o posicionamento que questiona sobre a real aplicabilidade desses produtos e serviços e a real necessidade de utilizá-los.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Relatórios de sustentabilidade: Empresas realmente sustentáveis ou informações sócio-ambientais maquiadas?


Diante de um cenário de constantes mudanças e pressões sociais sob a vertente ambiental empresarial, para uma organização com fins lucrativos, “mais vale um cliente ou consumidor na mão, do que dois voando”, mesmo que este tenha pouca influência na rentabilidade da entidade. Isso acontece porque o impacto que um produto ou serviço gera no meio ambiente pode comprometer a sustentabilidade do planeta e as gerações futuras, originando a consciência ambiental que surge na sociedade, que por sua vez, tende a consumir de forma mais responsável e incentivando outros consumidores.

Desta forma, surge o conceito do Triple Bottom Line, que forma os pilares da sustentabilidade, envolvendo os elementos sociais (people), econômicos (profit) e ambientais (planet). Essa denominação corresponde aos resultados de uma empresa considerando que estes elementos representam o comprometimento das organizações com o desenvolvimento sustentável. Sob esta perspectiva, as companhias passam a depender de três premissas básicas: 
1. A empresa contribui com o desenvolvimento sustentável na medida em que gera produtos e serviços eficientes, ou seja, desempenham o objetivo proposto utilizando um número reduzido de recursos ou materiais recicláveis; 
2. A responsabilidade social é um detalhe importante, pois não se admitem empresas que gerem milhões de lucros sem que uma parte deste valor possa ser utilizado no desenvolvimento social e educacional de uma determinada região, visto que a exploração de recursos ambientais e sociais é realizada para atender necessidades de uma minoria; 
3. O uso eficiente de materiais gera uma economia de custos para a empresa, podendo melhorar o desempenho financeiro da mesma, ao mesmo tempo em que produtos e serviços sustentáveis tendem a ser consumidos com maior frequência, contribuindo com o aumento da receita de vendas.

Sabe-se que as sociedades com fins lucrativos na maioria das vezes que se demonstram preocupadas com a sustentabilidade, têm um interesse por trás deste comportamento. Isso não é um problema desde que a sociedade e o meio ambiente também possam se beneficiar disto. No entanto, quando se busca prosperar entre os três pilares do Triple Bottom Line, além de atender às premissas citadas anteriormente, é necessário também transformar tais ações em informações disponíveis à sociedade, para que se possa evidenciar a real contribuição com o desenvolvimento sustentável. Todavia, muitas empresas elaboram extensos relatórios de sustentabilidade recheados com informações maquiadas que muitas vezes não correspondem à realidade sócio-ambiental da entidade, levando o leitor a acreditar em uma postura sustentável inexistente. Diante do presente contexto, em que não existe uma forma de mensuração padrão do desempenho sócio-ambiental das empresas, surge o seguinte questionamento: é possível identificar entre as informações divulgadas em belíssimos relatórios de sustentabilidade quais empresas realmente contribuem com o desenvolvimento sustentável?

terça-feira, 15 de maio de 2012

Responsabilidade Ambiental: sustentabilidade ou estratégia competitiva?

Está na moda falar sobre sustentabilidade, mas essa tendência surgiu principalmente da problemática ambiental em que o planeta já não tem mais capacidade de repor os recursos que são explorados no meio ambiente. Considerando isso, o Relatório de Brundtland* (1987) criou o conceito de desenvolvimento sustentável que “significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais”.

Nesse sentido, tem-se as organizações industriais como principais exploradoras de recursos naturais, visto que necessitam de largas escalas de materiais para atender a demanda de seus produtos e serviços. Essas são as mesmas que podem ter uma participação importante na contribuição do desenvolvimento sustentável, já que são as instituições com grande visibilidade social e recursos financeiros. No entanto, muitas destas buscam consultorias ambientais, não somente para atender às legislações ambientais, mas principalmente para parecerem ambientalmente responsáveis, mesmo que não sejam.


Sabe-se que investimentos ambientais são bastante onerosos, todavia, não comprometem financeiramente as grandes corporações, e muitas vezes podem se tornar estratégias competitivas entre empresas do mesmo setor, já que consumidores tendem cada vez mais a buscarem produtos e serviços que sejam sustentáveis ou pelo menos que tenham menor impacto ambiental. Explorando tais ideias, questiona-se em que ponto uma ação sustentável empresarial pode se tornar uma estratégia competitiva, e por outro lado, em que situações uma estratégia competitiva é somente uma estratégia de marketing ambiental. Ainda assim, como a sociedade pode identificar tais situações para que as reais ações sustentáveis sejam de fato reconhecidas?



*Relatório de Brundtland - Our Common Future, 1987.